No último sábado pela manhã, o programa TV Globinho
apresentou o filme “Príncipe do Egito”, produzido em 1998 pela DreamWorks, e o
fato causou surpresa em diversos usuários das redes sociais, embora essa não
tenha sido a primeira exibição
do filme pela
emissora.
No Twitter, a reação dos evangélicos era vista
através de comentários, tanto a respeito da mensagem que o filme expressa,
quanto à inusitada situação de assistir a um filme de temática bíblica na TV
Globo: “Assistindo desenho animado ‘Moisés’ na TV Globinho, muito legal! Quando
imaginei que ia ver história bíblica na Globo”, publicou o pastor e deputado
federal Jefferson
Campos (PSD-SP)
em seu perfil no Twitter.
A mesma foi compartilhada por outros internautas,
que repercutiram a veiculação do filme de forma positiva: “Esse desenho que tá
passando na Globo sobre a vida de Moisés, é pra fazer refletir e nunca, jamais
perder a fé!”, escreveu Pollyana Ellen. O bom humor também esteve
presente nos comentários: “Moisés ta dividindo o mar na globo! (risos)”,
escreveu Bruna
Lins.
Com um olhar analítico sobre o fato, o presbítero
assembleiano João
Batista Crusoé escreveu
um artigo no blog Olhar Cristão falando sobre possíveis motivos que tenham
levado a emissora da família Marinho á exibição do filme: “Foi uma boa surpresa
[...] Decididamente a direção das organizações Globo resolveu ‘agradar’ os
evangélicos. Ou, sendo mais pragmático, não continuar desprezando os crentes”.
Para Crusoé, a questão é mercadológica, e perante o
crescimento em número da população declaradamente evangélica, a emissora teria
optado por abrir espaço a temas com que os evangélicos se identificam.
-Minhas estimativas (conservadoras) dizem que os
evangélicos serão 25% da população brasileira até 2015. Sendo a maioria
da classe média, em termos de poder aquisitivo devem representar uma grande
fatia do mercado consumidor para os produtos populares que financiam as novelas
brasileiras. A Globo não se tornou evangélica, apenas mudou sua política estratégica
em relação aos crentes por causa do que está em seus bolsos. O aumento do
faturamento da Rede depende dos evangélicos – conceituou o presbítero
blogueiro.
A concorrência com a TV Record, emissora do bispo
Edir Macedo, também foi pontuada por Crusoé: “Outra razão para a aproximação da
família Marinho com os evangélicos é sua concorrência com a Rede Record. Se o
Bispo Macedo optou por fazer benchmarking com as novelas da Globo, a família
Marinho decidiu contra-atacar na área religiosa do Bispo. Daí, veio o desenho
animado do Êxodos que vi parte, hoje sábado 17.11.2012, pela manhã.
Concorrência comercial. Tenho certeza que em tempo não muito distante,
veremos um programa evangélico mensal na Rede Globo”, previu.
Abaixo, confira a íntegra do artigo de João
Batista Crusoé:
TV Globinho e os Evangélicos
João Crusoé
Foi uma boa surpresa. Eu tinha acabado de tomar
café com minha esposa, hoje pela manhã, quando voltei à sala, depois de ter
visto parte do programa do Pr. Josué Gonçalves na Rede TV. Estava
passando um desenho animado sobre a vida de Moisés. Cheguei bem na parte em que
a voz de El Shadai, vindo de uma sarça ardente, ordenava que Moisés tirasse as
sandálias dos pés.
E Deus começava a convencer Moisés a voltar ao
Egito para libertar o povo de Israel. Inclusive, no desenho, Deus fazia Moisés
ouvir os estalos dos chicotes e os gritos de dor dos açoitados. Imaginei que
estivesse vendo um “desenhinho” na Rede do Bispo Macedo; talvez, no SBT…
Quando parei, e olhei o logotipo da rede naquele
cantinho inferior direito, veio à surpresa: era o logo da Rede Globo. Então eu
comecei a pensar algumas coisas.
Decididamente a direção das organizações Globo
resolveu “agradar” os evangélicos. Ou, sendo mais pragmático, não continuar
desprezando os crentes. Os motivos devem com certeza começar pelo aspecto
financeiro, uma vez que a maioria dos Irmãos ascendeu ou pertence à classe
média.
Minhas estimativas (conservadoras) dizem que os
evangélicos serão 25% da população brasileira até 2015. Sendo a maioria
da classe média, em termos de poder aquisitivo devem representar uma grande
fatia do mercado consumidor para os produtos populares que financiam as novelas
brasileiras.
A Globo não se tornou evangélica, apenas mudou sua
política estratégica em relação aos crentes por causa do que está em seus
bolsos. O aumento do faturamento da Rede depende dos evangélicos.
Por exemplo: quando uma empresa de cosméticos
adquire a cota principal de custeio de uma novela, (L’Oréal) advinha quem vai
ao supermercado e compra aquele shampoo, creme ou sabonete insistentemente
divulgado nas vinhetas dos intervalos comerciais? São os “consumidores” de
novelas – cada vez mais no gosto dos crentes. Eles são potenciais consumidores
de produtos populares, produtos de massa. Marcas de celulares, cosméticos,
Bancos de varejo, remédios para dores de cabeça… Muito provavelmente, estas
marcas populares estejam penetrando com mais facilidade agora nos lares
evangélicos, pela porta das novelas.
O fascínio repentino da Globo pela cultura
(música) e eventos (divulgação de marchas e cruzadas) evangélicos não
outra coisa senão uma forma de atrair o bolso dos consumidores crentes. Antes,
uma meia dúzia de gatos pingados, hoje 43 milhões e um terço da população
brasileira em 2020. Parafraseando o slogan da campanha de Bill Clinton na
campanha à Casa Branca contra George Bush (pai) nas eleições de 1992: É o
mercado, estupido!
Outra razão para a aproximação da família Marinho
com os evangélicos é sua concorrência com a Rede Record. Se o Bispo Macedo
optou por fazer benchmarking com as novelas da Globo, a família Marinho decidiu
contra-atacar na área religiosa do Bispo. Daí, veio o desenho animado do Êxodos
que vi parte, hoje sábado 17.11.2012, pela manhã. Concorrência
comercial. Tenho certeza que em tempo não muito distante, veremos um
programa evangélico mensal na Rede Globo. É mais que sabido, hoje, que em
matéria de música a cultura evangélica (principalmente assembleiana) é um
verdadeiro manancial de talentos. Os melhores calouros do programa do
Raul Gil são, principalmente, evangélicos.
Para fazer concorrência à RECORD, por outro lado, o
público alvo precisa ter um potencial de renda substancial. E a Globo descobriu
recentemente que os evangélicos têm. E este potencial cresceu a uma taxa média
real de 4,91% ao ano nos últimos 10 anos… Só para se ter uma ideia, a
taxa média de crescimento da população brasileira no mesmo período foi de apenas
1,18%.
Minhas perspectivas mostram o seguinte quadro para
2020: A taxa de crescimento da população brasileira entre 1991 e 2000 foi de
15,63%. Caiu no Censo 2010 para 12,47%. Considerando a possibilidade de que
esta queda vá se manter, em 2020 a população brasileira terá crescido
10,0% e seremos 210 milhões de habitantes. Dados extraídos dos Censos do IBGE
do quadro acima.
Os evangélicos, por outro lado, cresceram 98,53% no
período 1991-2000, sendo 26,1 milhões de crentes. No período seguinte cresceram
menos, voltando às taxas de crescimento habituais. Cresceram 61,45 em 10 anos e
no Censo IBGE 2010 eram 42,3 milhões. Minhas perspectivas apontam para uma
população de 68 milhões de evangélicos em 2020, com a manutenção da mesma taxa
de crescimento anual de 4,91%.
Portanto, em 2020, a razão ESTIMADA entre a
população evangélica de 68 milhões e a população brasileira de 210 milhões
estará em torno de 32,38%, ou seja, quase um terço da população brasileira será
evangélica.
E considerando que um terço do mercado consumidor
brasileiro será constituído de evangélicos até 2020, não restou outra
alternativa às Organizações Globo senão mudar sua antiga política de
DESPREZO e PRECONCEITO para RESPEITO e “INTERESSE” pela cultura dos
crentes. Isto nada tem a ver, sejamos francos, com os belos hinos de Ana Paula
Valadão, mas com mercado e aumento nos lucros.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
" para mim, não passa de mais uma cilada e jogada para manter o povo de DEUS entretido com programações de tv e sem tempo realmente para DEUS. Cuidado com o que vão assistir".
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