segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Canindé combate o calazar



Programa inédito do Ministério da Saúde possibilita o uso de coleiras que evitam a leishmaniose em cães.

 


Este Município entra na campanha especial que objetiva combater a leishmaniose visceral canina, o calazar. A estratégia consiste na distribuição gratuita da coleira "Scalibor", produzida pela MSD Saúde Animal.

A Secretaria Municipal de Saúde e a MSD Saúde Animal doaram as coleiras para cães de famílias carentes. A ação é pioneira no 

Interior FOTO: ANTÔNIO CARLOS ALVES

A coleira é o primeiro produto que consegue proteger o cão contra flebótomos, moscas e carrapatos com alta eficácia. Imediatamente após a sua colocação no pescoço do cão, começa a liberação do seu princípio ativo, a Deltametrina. Este se distribui de forma rápida e uniforme pela pele do cão até atingir todo o corpo.

 “Canindé é a primeira cidade do Interior a ser beneficiada com o projeto piloto do Programa Federal de Controle da Leishmaniose Visceral, uma ação que englobará 12 Municípios em sete Estados brasileiros´´, diz a secretária de Saúde de Canindé, Clara Medeiros. No Ceará, as demais cidades são Fortaleza, Eusébio e também Maracanaú.

A ação inovadora contra o calazar é feita por critérios. O Município foi escolhido para o estudo por causa do grande número de cães com leishmaniose e por conta da gravidade da doença em humanos. A região considerada de risco.

Clara Medeiros disse que, durante os dois anos do projeto, 12.500 coleiras deverão ser utilizadas em Canindé, sendo que 2.500 na primeira etapa. Mais 2.500 na segunda. Outras 2.500 na terceira e no final do projeto 5 mil coleiras.

"É mais um plano inédito para o combate ao calazar e nossa grande preocupação é para que os donos de cães possam nos ajudar nesse mal prejudicial à saúde humana, salientou a secretária.

Na cidade, a Secretaria distribuiu o projeto em duas etapas. O grupo A, onde os cachorros recebem as coleiras, e o Grupo B, onde é feito o exame no cão que passa a ser monitorado.

De acordo com o coordenador do projeto, Wanderlan Teixeira de Castro, existem hoje na sede de Canindé 5.239 cães que estão sendo visitados em 15 bairros da cidade.

"Para que tudo ocorra dentro do programado, precisamos da participação da sociedade, nos dando o direito de avaliarmos os seus animais ´´, pediu ele. As coleiras serão usadas em 5.239 cães em sete bairros de Canindé. "Trata-se das áreas onde foi verificada maior prevalência com maior número de cães", explica Clara Medeiros. O programa inédito do Ministério da Saúde vai trabalhar em parceria com as Secretaria de Saúde do Estado, dos Municípios, agentes de endemias e Fundação Nacional de Saúde. Os animais "encoleirados" serão acompanhados durante dois anos. Também será realizado o monitoramento dos casos em outros territórios não incluídos no projeto, para efeitos de comparação. "Vamos avaliar a eficácia da coleira na redução de casos de calazar nos cães e em humanos, pois as estatísticas indicam que existe uma relação direta entre a quantidade de casos da doença na população canina e na população humana", diz a secretária.

Ela explica que os técnicos vão fazer visitas de casa em casa para colocar a "Scalibor" nos animais. A cada seis meses será feita a troca do produto. A proposta do Ministério da Saúde é, conforme os resultados dos testes, ampliar a distribuição gratuita das coleiras em áreas com maior incidência da leishmaniose visceral, como uma ação de saúde pública para diminuir a transmissão da doença.

O gerente de Produtos da MSD Saúde Animal, Marco Castro, explica que a substância fica impregnada na pele do animal, não oferecendo nenhum perigo para adultos ou crianças que tenham contato com o cachorro. "O produto não é tóxico nem para o animal nem para as pessoas", assegura Castro. "A leishmaniose visceral é um problema de saúde pública, a coleira repele e mata o flebótomo".

COLABORADOR
ANTÔNIO CARLOS ALVES